Canudos ou Belo Monte
Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos aconteceu nos anos de 1896 a 1897 no sertão da Bahia, em um embate armado entre o exército brasileiro e os seguidores do beato Antônio Conselheiro.
A Guerra de Canudos foi um dos principais conflitos que marcaram o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. Aconteceu de novembro de 1896 a outubro de 1897 no sertão da Bahia, em uma fazenda improdutiva ocupada por Antônio Conselheiro e seus mais de 20 mil seguidores.Teve caráter messiânico, por conta das pregações do beato, mas envolvia a luta contra a fome, a miséria e a seca nordestina, região desassistida pelo governo federal, que passava, naquele momento, pela transição da monarquia para a república.A comunidade de Canudos começou a incomodar diversos setores das classes dominantes, como a Igreja, que estava perdendo seus fiéis para o religioso sertanejo; os latifundiários, que temiam novas ocupações de terras improdutivas; e dos governos regional e nacional, que tentaram atacar Canudos quatro vezes, porém sem sucesso. Estes só conseguiram vencer na quarta tentativa, quando Conselheiro já estava morto — por razões desconhecidas —, com o envio de canhões e 5 mil homens que mataram cerca de 25 mil pessoas.
Não havia garantias de que com a República as leis seriam respeitadas e já no Império, a população negra liberta encontrava grandes dificuldades para exercer seus direitos. Por ser algo pensado para as elites brancas, os pobres, os negros e os indígenas foram excluídos desse processo.
De acordo com o Código Civil da República (Lei nº 3.071), aprovado em 1916, os indígenas foram considerados populações "incapazes" de exercerem seus direitos e de atuarem efetivamente como cidadãos.
Após a abolição, realizada para atender aos reclamos das novas políticas e sociais, e não aos interesses dos próprios escravos, os negros haviam se tornado cidadãos, todavia, praticamente jogados à rua.